Todo profissional pode ter uma base mais ou menos parecida em sua formação, mas o que diferencia um do outro é a vivência, o repertório e o quanto ele está antenado ao que acontece não somente no mercado, mas também no mundo de uma forma geral. A evolução tecnológica e automatização das empresas têm aumentado os critérios utilizados no processo de contratação de profissionais pelo setor de Recursos Humanos (RH), uma barreira para quem está desatualizado.
As mudanças intensas e as crises que o mundo corporativo está passando são mutações de efeitos universais. O estudo das partes não permite conhecer o funcionamento do todo. A desconstrução de paradigmas antigos, como o pensamento cartesiano em busca de um entendimento integral dos fenômenos, abre o campo psíquico ao nos mostrar um novo mundo de possibilidades a partir da sincronia da consciência com os acontecimentos e outros fatores.
O avanço tecnológico trouxe uma necessidade aos profissionais experientes de dominarem o uso efetivo das ferramentas da tecnologia, o que aumenta a régua de qualificação. O alargamento da compreensão de uma nova era, que exige consagrar o diálogo entre diferentes campos de saber, sem impor o domínio de uns sobre os outros, supõe agir sobre os saberes que vimos produzindo, atuando sobre os valores que nos mantêm, o modo de praticá-los, questionando as novas competências individuais e coletivas num mundo novo criado a partir deste século XXI.
Sob esse prisma é extremamente importante que o conhecimento desses profissionais experientes esteja sempre atualizado, e de preferência interdisciplinar, pois, promove a troca de informações e de conhecimentos entre disciplinas, mas fundamentalmente, transfere métodos de uma disciplina para outras. Por exemplo: os métodos da física nuclear podem auxiliar na cura do câncer, na engenharia de alimentos ou de remédios, etc. Corresponde a um espectro mais ampliado de ação, alcançando um processo de interação entre disciplinas capaz de promover a conjugação de conhecimentos que elevem os níveis de saber.
Uma parte importante da reestruturação econômica é que ela passe a fazer parte da consciência coletiva envolvendo, também, uma transformação profunda da informação e conhecimento por meio do sistema educacional. Considerações semelhantes são aplicáveis a descentralização do poder político.
A interdisciplinaridade possibilita não só a fecunda interlocução entre as áreas do conhecimento como também constitui uma estratégia importante para que elas não se estreitem nem se cristalizem no interior de seus respectivos domínios; favorece o alargamento e a flexibilização dos conhecimentos disponibilizando-os em novos horizontes do saber. É compreendida como método, técnica didática, instrumento de ação, mas principalmente, como postura profissional que permite se pôr a transitar o 'espaço da diferença' com sentido de busca, de desvelamento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer.
A perspectiva interdisciplinar não fere a especificidade das profissões e tampouco seus campos de especialidade. Muito pelo contrário, requer a originalidade e a diversidade dos conhecimentos que produzem e sistematizam acerca de determinado objeto, de determinada prática, permitindo a pluralidade de contribuições para compreensões mais consistentes deste mesmo objeto, desta mesma prática.
Tal redirecionamento ao mesmo tempo que fragmenta oferece enormes oportunidades para a criatividade, o espirito empreendedor e evidencia a cooperação e a justiça social, da expansão para a conservação, da aquisição material para o crescimento interior. São oportunidades relacionadas com nossas necessidades de lazer e contemplação, paz de espírito, amor, vida gregária e autorrealização, as quais são todas satisfeitas em graus muito superiores pelo sistema de valores.
Sob este ângulo, a interdisciplinaridade é uma atitude proativa que promove a parceria e a mediação dos conhecimentos parcelares, na criação de saberes. Podemos arriscar nela a chave para manter a empregabilidade e habilitar o profissional experiente para exercer e atender todas as novas possibilidades e necessidades que a empresa venha a exigir futuramente.
Não há chance de conseguir manter-se ativo e obter uma carreira de sucesso sem que se tenha em mente a necessidade de uma atualização profissional constante e permanente e aderente aos novos contextos.