Para desenvolvermos uma abordagem holística que seja compatível com o atual momento mundial e na dinâmica, que não se manifesta claramente, dos principais problemas da globalização observa-se o começo de uma significativa mudança de valores. Estamos passando da valorização das empresas e instituições em grande escala para a novação de que os negócios devem ser pequenos e totalmente integrados, do consumo material á simplicidade estritamente necessária e voluntária, do crescimento econômico e tecnológico para o crescimento e bem-estar de todas as pessoas.
Com a paralização da economia mundial a crise apresenta-se como um aspecto da transformação que tipicamente é precedida por uma variedade de indicadores sociais. Estamos percebendo que o padrão de vida que é equiparado ao consumo material, mantido sob um consumo competitivo, são artigos consumidos desnecessariamente, são supérfluos e, com frequência, manifestamente nocivos. O preço que pagamos por esse hábito cultural degradou a qualidade de vida quanto ao ar que respiramos, o alimento que comemos, o meio ambiente onde vivemos e as relações sociais e profissionais que constituem a cadência de nossas vidas.
Ao observarmos a natureza dos nossos desafios, não os sintomas da crise, mas as mudanças manifestas ao nosso meio ambiente natural e social, podemos reconhecer a convergência de diversas mudanças. Algumas relacionadas aos recursos naturais, outras de ordem e ideias culturais e econômicas, algumas sazonais e outras em extinção. Essa transformação é muito mais dramática do que qualquer das precedentes, uma vez que a mudança é mais acelerada e mais ampla que no passado envolvendo o mundo inteiro e coincidindo com várias transições importantes.
Regressar a uma escala mais humana não significará um retorno ao passado, mas o desenvolvimento profundo das mudanças nos modelos de produção, em nossos valores, do consumo perdulário, atitudes e estilos de vida.
Uma parte importante da reestruturação econômica é que ela passe a fazer parte da consciência coletiva envolvendo, também, uma transformação profunda da informação e conhecimento por meio do sistema educacional. Considerações semelhantes são aplicáveis a descentralização do poder político.
A crise atual evidenciou que a nação-Estado já não é mais viável como unidade eficaz de governança. É complexa e grande demais para suas populações locais e, ao mesmo tempo confinada por políticas excessivamente estreitas para os problemas internos e de interdependência global. Enquanto a transformação acontece, a cultura declinante dos partidos políticos e dos grandes conglomerados empresariais recusam-se a mudar obstinados em seus ideais obsoletos.
Todavia, a transformação holística para o sistema de valores deve distinguir entre autenticidade das necessidades das pessoas e a inadequação das abordagens que podem ser oferecidas para satisfazer essas necessidades.
Tal redirecionamento ao mesmo tempo que fragmenta oferece enormes oportunidades para a criatividade, o espirito empreendedor e evidencia a cooperação e a justiça social, da expansão para a conservação, da aquisição material para o crescimento interior. São oportunidades relacionadas com nossas necessidades de lazer e contemplação, paz de espírito, amor, vida gregária e autorrealização, as quais são todas satisfeitas em graus muito superiores pelo sistema de valores.