A figura holográfica, concebida teoricamente em 1948 pelo húngaro Dennis Gabor, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 1971, e somente aplicada de forma prática após a invenção do LASER nos anos 60, inspirou, por suas propriedades, o modelo de gestão holográfica.
O nome Holografia vem do grego holos (todo, inteiro) e graphos (sinal, escrita), pois é um método de registro "integral" da informação com relevo e profundidade.
O holograma possui como uma peculiaridade o fato de que cada parte dele possui a informação do todo ("distributividade"), o que torna possível ser usada para a reconstituição do todo. Portanto, ao pretender adotá-lo como um modelo de gestão a organização estará buscando uma característica oposta à tradicional fragmentação, base do modelo burocrático, para criar processos nos quais cada parte represente o todo.
De um modo geral, nas formas em que são estruturadas as organizações, diversos setores muitas vezes se comportam de maneira isolada, sem a necessária articulação e sem a consciência de que todos têm objetivos em comum e os resultados a alcançar só fazem sentido quando vinculados à missão da empresa.
É essencial que seja alcançada a visão holística na análise das organizações e das pessoas que as compõem.
A perspectiva holística tem como objeto o cérebro humano que possui uma estrutura e lógica de funcionamento, como mostram muitas pesquisas sobre o assunto, muito mais próximas do holograma do que das máquinas, que representam o modelo organizacional tradicional. Vejamos algumas reflexões organizacionais decorrentes das características do cérebro:
Temos observado programas de redução de custos promovidos por downsizing, reengenharia, adoção de tecnologias em massa e outros parecidos, à medida em que se desenvolve e alastra a megatecnologia, podem levar à sobrecarga da estrutura e das pessoas, uma vez que, aumenta a concentração econômica e burocrática. Em assim sendo, só é possível a realização dos trabalhos rotineiros, deixando de trazer as inovações tão necessárias para a competitividade.
A adoção de um modelo de gestão de inspiração holográfica exige uma significativa mudança não apenas nas práticas, mas nos próprios valores que tem fundamentado a gestão na maioria das organizações, e um dos maiores focos de resistência à mudança está na base burocrática que permeia a maioria dos modelos de gestão.