Por ser uma nova forma de analisar complexidade na natureza, nos sistemas sociológicos, na economia etc., a Teoria do Caos nos dá uma interessante perspectiva para compreender os fenômenos dinâmicos da atual conjuntura brasileira.
Ambientes turbulentos são identificados através da existência de mudanças inesperadas, incertezas, falta de controle, decisões complexas, demanda por alta performance, confusão, desintegração, divergências internas, competição, desregulamentação e outros fatores.
“É uma infelicidade da época, que os doidos guiem os cegos” Shakespeare
O termo complexidade não explica apenas um tipo de comportamento sistêmico, significa um conjunto de características que podem ser identificadas na maioria dos sistemas naturais. E as organizações como os sistemas complexos na natureza, são sistemas dinâmicos não lineares e que os resultados de suas ações são imprevisíveis e cujos membros (agentes) podem moldar seu presente e seu futuro através de auto-organização espontânea, os quais são apoiadas por um conjunto de regras geradoras de ordem.
O interessante é que, dependendo de como você utiliza um certo fator (estratégia), os resultados podem se tornar altamente previsíveis e benéficos ou altamente caóticos. Para sobreviverem, as organizações são persuadidas a se transformarem revendo produtos, processos, políticas internas, preços e mercados.
O atual momento de desordem e incoerências que estamos vivendo nos fornece a oportunidade de explorar novas formas de agir e realizar. Como consequência, pode facilitar a adaptação às demandas incertas do ambiente. Desde que a evolução de um ambiente é imprevisível, pela geração de múltiplos resultados, essa desordem fornece um mecanismo para explorar diversos modelos de operações, novas estratégias ou, até mesmo, novos mercados.
“Há momentos em que é preciso escolher entre viver a sua própria vida plenamente, inteiramente, completamente, ou assumir a existência degradante, ignóbil e falsa que o mundo, na sua hipocrisia, nos impõe”- Oscar Wilde
Isso nos impõe uma profunda quebra de paradigmas. Temos que legitimar a mudança, no singular, como realidade única, classificar os ambientes como “instáveis” ou “turbulentos”, compreender que só será capaz de sobreviver uma empresa também instável ou turbulenta – uma empresa altamente dinâmica, cuja organização seja, em essência, com ricos padrões de interação e conectividade entre pessoas, processos e tecnologia de modo a permitir e fomentar o surgimento espontâneo de sinergias catalisadoras de novas possibilidades.
Enfim, a Teoria do Caos nos diz que de pouco ou nada adianta tentar “dirigir” uma organização sob condições instáveis; nestas, ao contrário, o que prevalece é a auto reorganização em um novo modelo de negócio.